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Demi Getschko: A internet não comete malfeitos. Quem os faz são as pessoas
Por: Por Luis Osvaldo Grossmann* - 25/03/2021

Ao participar do  Seminário Internacional de Governança da Internet , promovido pela Escola de Governança da Internet (EGI), iniciativa do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), para discutir os rumos da Rede Mundial e 30 anos depois da primeira conexão internet no Brasil, o responsável pelo feito, Demi Getschko, destacou que os riscos à uma comunidade online aberta estão ligados ao medo provocado por ataques e o impacto da disseminação de desinformação. 

“Talvez o grande problema do decálogo do Comitê Gestor da Internet com os princípios da internet e do Marco Civil da Internet é que não foram entendidos. Por exemplo, com gente vendo monitoramento demais, gente dizendo que faltou monitoramento”, apontou Getschko, integrante de notório saber do CGI.br e presidente do NIC.br. 

Para ele, os instrumentos continuam atuais e são parte do sucesso da estrutura de governança da internet desenvolvida no Brasil e que é referência mundial. Mas o princípio de que a rede é meio e as pessoas é que agem com diferentes intenções volta e meia é alvo de preocupações com segurança. 

“O risco é que pelo medo e angústia com notícias falsas, com ataques, com malfeitos, a gente mexa na estrutura central. Não é a internet que causa incomodo ou fazer malfeitos. Proibir a corda porque alguém pode se enforcar não é o caminho. Que não se usem os riscos de segurança para de alguma forma dilapidar as fundações e conceitos. Segurança é fundamental, privacidade é fundamental, liberdade é fundamental e essas coisas precisam coexistir harmoniosamente.”, completou. 

Responsável pela primeira conexão IP do Brasil, em 1991, quando estava na Fapesp, Demi Getschko abriu nesta quinta, 25/3, o Seminário Internacional de Governança da Internet , promovido pela Escola de Governança da Internet (EGI), iniciativa do CGI.br. Com ele outros dois pioneiros da internet brasileira, Carlos Afonso, diretor executivo do Nupef e criador do primeiro provedor de acesso no país, Alternet; e o secretário-executivo do CGI.br, Hartmut Glaser. 

Eles lembraram que desde os primórdios a internet no Brasil esteve associada a movimentos multissetoriais que foram consolidando a experiência única do modelo de governança da rede no país, desde a preparação das conexões para a Eco-92, no Rio de Janeiro, até a estruturação do CGI.br, em 1997 e sua ampliação e incorporação de eleições em 2003. 

Ao longo de sete dias, alternados entre terças e quintas-feiras, o seminário será dividido em três eixos: governança da internet; infraestrutura, recursos críticos e protocolos; plataformas, poder e vigilância. Cada um terá workshops de, aproximadamente, 2 horas. As atividades serão on-line e ao vivo, pelo canal do NIC.br no YouTube, com espaço para perguntas e interação.

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