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Pandemia acelerou transformação digital, mas segurança e lacuna digital ainda são desafios
Por: Roberta Prescott - 20/01/2021

Reduzir o gap digital; promover a experiência e segurança com sensores; aplicações habilitadas com agilidade e resiliência; passar de experiência do cliente ao entusiasmo pela marca; futuro sem senhas e novos modelos de consumo de tecnologia são as seis tendências apontadas pela Cisco no estudo Tech Trends: 2021 and Beyond, que traz as perspectivas e apostas da companhia. Os resultados foram compartilhados com  imprensa, na última terça-feira (19/1), quando Max Tremp, diretor de engenharia da Cisco América Latina, começou a apresentando destacando que a pandemia acelerou a transformação digital na América Latina e as tecnologias que a habilitam.  

No que se refere à diminuição da lacuna digital, Tremp lembrou, embora mais de 70% da população urbana conta com acesso à Internet, o Banco Mundial estima que esse índice é de somente 37% da população de zonas rurais na América Latina. Na pandemia, a exclusão de pessoa da economia digital ficou ainda mais evidente. “É por isso que tecnologias como 5G e Wi-Fi 6 se tornam mais relevantes, pois possibilitam levar banda larga para locais onde implementar a fibra ótica tem custos proibitivos”, apontou. 

O avanço na conectividade, por outro lado, populariza a adoção de sensores. Há décadas os sensores são utilizados, conforme pontuou Tremp, mas houve uma maior propagação deles a partir da digitalização. “Embora os sensores digitais estejam sendo utilizados há muito tempo na manufatura e outras indústrias, é inegável a proliferação de sensores mais próximos ao usuário em celulares, computadores, wearables, câmeras etc”, assinalou.

“Veremos como os sensores de saúde para consumidores chegam ao nível médico ajudando assim a descentralizar o atendimento de saúde, o mundo do esporte utilizará sensores tanto para a proteção dos atletas como para dar mais emoção ao espetáculo, sensores de segurança farão cidades como Santiago e México mais seguras”, completou.

Do lado das aplicações, a pandemia também acelerou a migração para a nuvem, obrigando uma rápida adaptação das empresas para a nova realidade; e muitas firmas de menor porte passaram a ter acesso a tecnologias geralmente reservadas para os orçamentos das grandes companhias. “As aplicações se converteram a parte neural dos negócios”, assinalou.

O executivo da Cisco também fez um importante alerta: embora tenha havido um aumento no tráfego web sem encriptação, a velocidade criou riscos de segurança.  “Depois de alguns meses as aplicações empresariais cruciais para o negócio tinham se convertido em monstros desagregados e altamente distribuídos, difíceis de manter e solucionar. Isso cria uma necessidade de entender os dados e os negócios. Veremos então uma adoção de tecnologias com inteligência artificial que ajudam a passar do monitoramento tradicional para a assistência para a correlação de dados e métricas de negócios a fim de manter aplicativos ágeis.” 

O movimento para fora dos escritórios também acendeu — ainda mais — o alerta para segurança. “Com as pessoas trabalhando de casa, do campo, do celular é preciso assegurar a segurança e vimos nestes últimos meses um aumento de ataques da ordem de 600% na região”, apontou. A maneira de contorna isto é adotando uma política de zero trust, ou seja, não confiar em nenhuma aplicação ou usuário.  

“Já não existem muralhas para defesa usando uma ponte e um fosso (o firewall ou corta fogos), o perímetro da empresa está perdido, o novo perímetro é a identidade. Para contrapor isso, surgiu o zero trust, não confiar em nada nem em ninguém, assim como no SASE, uma arquitetura onde a rede (SD-WAN) converge com a nuvem e segurança”, explicou. 

Questionado sobre quais barreiras a vencer no que se refere à segurança na nuvem, Max Tremp foi enfático: as empresas precisam entender que o novo perímetro a proteger é a identidade. “A empresa tem de fazer uma estratégia e uma política de segurança; e isso não é comprar um equipamento. Já não é um firewall que protege, mas tem de assegurar uma arquitetura. A identidade é o novo perímetro a proteger, porque vamos viver em um mundo multicloud. É preciso entender que mudou o paradigma”, ressaltou.  

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