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Para expandir, o 5G exige redes confiáveis de fibra ótica
Por: Por Roberta Prescott - 22/07/2022

Ao participarem de uma live realizada nesta sexta-feira, 22/07, pelo portal Tele.Síntese, o presidente da Associação Brasileira de Internet, Eduardo Neger, e o sócio da IT Investimentos, Gabriel Cardoso, sustentaram que o 5G traz muitas oportunidades para as empresas de Internet.

"A implementação de 5G precisa conexão de alta velocidade e a primeira etapa é construir redes confiáveis em fibra ótica", destacou Eduardo Neger. "Tal como a banda larga, 5G não será igual em todos os lugares. A primeira atuação será em todas as capitais e será diferente de cidade para cidade. Mas, quando você olha para cidades de até 100 mil habitantes, 5G pode ser concorrente com fibra ótica para quem tem limitação financeira", adicionou Gabriel Cardoso.

É aqui, reforçou Cardoso, da IT Investimentos, que surgem as oportunidades para a ampliação do portfólio de serviços. Entre as opções desponta o provimento de soluções como a conectividade sem fio dentro das casas e empresas, garantindo, por exemplo, que cada cômodo tenha internet e garantindo a velocidade, a partir do uso das redes Wi-Fi 6. "Quem está dentro do setor enxerga claramente, mas o usuário está cada vez mais acostumado a um ambiente da internet ubíquo; ela está todo lugar tem, ela é rápida, sem fio e o usuário não sabe de onde ela vem. Ainda vemos muita confusão, mas o usuário enxerga uso da internet ilimitada e sem fio", ponderou o presidente da Abranet.

Neger destaca que, pela primeira vez, há espectro disponível, por conta da faixa de 6GHz ter sido totalmente dedicada ao Wi-Fi pela Anatel, tanto que são 1200 Mhz dedicados à ampliação dos serviços. A questão é que ainda há poucos dispositivos Wi-Fi 6 homologados na agência reguladora. "Isso barra a aplicação. Os dispositivos são poucos e são caros. A aplicação sofre e não se tem uma 'aplicação matadora'", lamenta Neger. Ao falar sobre os números de acessos à banda larga, o presidente da Abranet admitiu que a pandemia de Covid-19 antecipou a demanda, mas que há pontos preocupantes, como a perda de renda da população brasileira em função da inflação e da crise econômica.

O sócio da IT Investimentos, Gabriel Cardoso, lembrou que o segmento de Internet registrou muitas operações de fusões e aquisições nos últimos dois anos. Para ele, houve uma corrida em função da forte demanda registrada durante a pandemia, antecipando, inclusive, os movimentos esperados para os próximos dois anos, 2023 e 2024. "Quando se leva a banda larga na casa de alguém, ela é ativada e há um número finito de lares", ressaltou.

Redes Neutras e MVNOs

Eduardo Neger e Gabriel Cardoso também abordaram o papel das MVNOs, ou as redes virtuais. "A anatomia da consolidação se dá por falta de diferenciação. Se quiser concorrer e ganhar o cliente do outro, o provedor ou baixa preço ou aumenta a banda. Toda consolidação é por falta de proposta de valor e diferenciação. MVNO vai no caminho do provedor se diferenciar dos concorrentes", analisou Gabriel Cardoso.

Já o presidente da Abranet diz ter identificado que as MVNOs têm crescido no país, mas há uma grande preocupação: a margem é muito pequena e o preço é commodity. "Muitas vezes, é uma estratégia comercial para fidelizar o cliente, mas não como incremento de receita", justificou.

Sobre as redes neutras, o presidente da Abranet  opiniou que quem tem uma cidade fibrada deve acabar fazendo acordos. "O entrante não vai duplicar a infraestrutura, vai fazer acordo comercial. Há potencial; não está ainda muito claro, mas o requisito é ter a empresa auditada", disse. Há ainda questões para serem resolvidas, especialmente, no compartilhamento do custo da infraestrutura. "São três pontos para os ISPs: confiança, qualidade da rede e a conta fechar, parar de pé, porque, dependendo do nível de terceirização, a conta não está fechando", completou.

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