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2022 será mais um ano de economia volátil
Por: Da Redação da Abranet* - 05/12/2021

Com economia estagnada e às vésperas de uma eleição presidencial, a economia brasileira vai viver em um ambiente volátil até que se saiba qual é a agenda econômica do próximo governo. O compromisso do próximo governo com a questão fiscal, de baixar os gastos da máquina pública federal e respeitar o teto, será essencial para a queda da inflação.

“Para 2022, esperem um ano com desafio econômico maior que este; não necessariamente ruim, mas mais desafiador”, disse Zeina Latif, em sua palestra na quarta edição da Convenção Abranet, realizada em Trancoso (BA). Zeina Latif é consultora econômica com larga experiência no mercado financeiro. Foi economista-chefe da XP Investimentos e atuou em bancos de peso, como HSBC Asset Management, ABN-Amro Real e no Royal Bank of Scotland – um dos maiores do Reino Unido.

Segundo ela, antes da pandemia, o cenário internacional era de acomodação da economia. A China, um dos drivers, teve uma desaceleração, boa parte em razão de fatores estruturais. Em paralelo, os países passaram a adotar políticas protecionistas, muitas delas lastreadas em questões ambientais. “Após a pandemia, tivemos uma recuperação vigorosa; os bancos centrais injetaram rapidamente recursos para conter a crise; os governos adotaram políticas de socorro à economia”, disse.

“Mas foi uma recuperação um pouco exacerbada, com estímulos demais”, acrescentou. O resultado foi um aumento grande do consumo. “O fato de ter mais inflação no mundo como um todo, não só no Brasil, mostra que é necessário ajustes. O FED [Federal Reserve System] deve subir os juros no ano que vem e a expectativa, de quando isso possa ocorrer, deve gerar um ambiente volátil.”

Em sua análise, embora a cotação do dólar no Brasil – a grosso modo – seja definida pelo cenário internacional, as maiores oscilações da moeda são resultantes da instabilidade econômica e política interna. O impacto dessa turbulência interna também se reflete na bolsa. “No segundo semestre de 2020, a inflação já dava sinais de que algo não ia bem”, disse.

Hoje, segundo ela, o excesso de gastos sem compromisso com o equilíbrio das contas públicas no longo prazo está diretamente atrelado ao aumento da inflação. “Os especialistas de mercado projetam uma queda da inflação para 5%; eu, honestamente, não acredito nisso.” Latif acredita que se o futuro governo conseguir um controle da inflação, com ajustes fiscais, atrelado a uma boa agenda econômica, o dólar vai ‘derreter’.

“Mas até que se tenha clareza do cenário eleitoral, vai haver muita volatilidade na economia. Não haverá uma retomada rápida.” Até porque, disse Latif, o potencial de crescimento do país é muito baixo, e será necessário avançar nas agendas de reforma. Aos empresários, a economista deu um conselho: o mercado financeiro está mais seletivo. É necessário investir em uma gestão e ter escala, só assim se consegue superar o custo Brasil.


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