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Inteligência Artificial vai impactar até 27% dos empregos no Brasil
Por: Da Redação da Abranet* - 17/09/2021

Um estudo do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), entitulado ExperiencIA, sobre o uso de inteligência artificial na região, aborda impactos positivos e riscos da disseminação dessa tecnologia, na medida em que mesmo atividades mais sofisticadas deixam de ser território exclusivo de trabalho dos seres humanos. Nessa linha, a partir de estudos que apontam que até 47% da força de trabalho dos Estados Unidos será afetada pela IA, outros cálculos relativizam esse impacto em outros mercados. 

Como os EUA e os países latino-americanos apresentam diferenças significativas, tanto na conformação do mercado de trabalho quanto na introdução de novas tecnologias ao aparato produtivo, ajustes metodológicos buscaram absorver as especificidades de cada país. Dessa forma, o que no caso do Brasil seria um risco de substituição de mão de obra humana por robôs da ordem de 56%, acaba corrigido para 27%. 

A partir de ajustes metodológicos que levam em conta salários, inovação e custo de incorporação tecnológica, verifica-se uma redução na probabilidade média de substituição tecnológica por país. Com tais ajustes, a proporção de empregos automatizáveis na América Latina como um todo passa de 62% para menos de 24%, sendo o percentual de 27% no Brasil – impacto menor que no México (29%), Argentina (34%), Uruguai e Chile (36%). Mas superior ao medido em El Salvador (11%), Bolívia (12%), Honduras (16%), Equador e Peru (18%), Guatemala (24%) e República Dominicana (26%). 

“O impacto esperado da automação no mercado de trabalho não é homogêneo entre os países ou regiões. Quatro fatores relevantes são identificados para compreender as diferenças. O primeiro é o nível salarial; em países com altos níveis salariais, as empresas têm maiores incentivos para automatizar, pois a economia nos custos de mão-de-obra pode ser significativa”, lembra o estudo. 

Um segundo fator é o crescimento da demanda e implica que as economias com maior crescimento associado à mudança tecnológica irão gerar mais demanda e, portanto, maior criação de empregos. O terceiro fator está relacionado à dinâmica demográfica; países com um aumento significativo em sua força de trabalho podem ter um crescimento econômico que incentiva a criação de empregos. No entanto, os países cuja força de trabalho está diminuindo exigem automação para compensar a queda. 

A composição dos setores econômicos e ocupações também é relevante. Países em que predominam setores altamente automatizáveis, como manufatura, terão maior potencial para automação de empregos. Assim, os cálculos para países da América Latina levaram em conta níveis salariais, investimento em pesquisa e capacidade de inovação, além do custo de introdução de novas tecnologias. 

O estudo ressalta, no entanto, que embora a automação possa deslocar em média 15% dos empregos globais até o ano 2030, a demanda líquida de mão de obra pode aumentar mesmo com esse efeito, devido ao maior crescimento econômico gerado por maior produtividade associada com o progresso tecnológico. 

Globalmente a projeção é de que haverá um possível deslocamento de 400 milhões de empregos em 2030, mas ao mesmo tempo a criação de 550 milhões a 890 milhões de postos de trabalho no mesmo ano. O deslocamento e a criação de empregos provavelmente resultarão em entre 75 milhões e 375 milhões de trabalhadores tendo que mudar de ocupação, aumentando a relevância do treinamento e da reciclagem para o desenvolvimento de novas habilidades.

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