Publicada em: 18/08/2022 às 18:33
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Mercado Livre cria bitcoin própria como novo meio de pagamento
Ana Paula Lobo

O marketplace Mercado Livre terá a sua bitcoin - Mercado Coin - que ficará disponível para os seus 80 milhões de usuários até o final de agosto, revelou Fernando Yunes, vice-presidente sênior do Mercado Livre no Brasil, em entrevista coletiva realizada nesta quinta-feira, 18/08. O valor do Mercado Coin será de US$ 0,10, ou, hoje, de R$0,50, por conta da cotação do dólar.

Os clientes poderão obter a Mercado Coin como recompensa na compra de produtos selecionados no Mercado Livre, que estarão identificados com a logo da cripto. A Mercado Coin serve para realizar compras no marketplace e será possível comprá-las ou vendê-las para resgatar em moeda local a partir do aplicativo do Mercado Pago. Para oferecer esse serviço, a plataforma firmou uma parceria estratégica com a Ripio, uma das maiores plataformas de criptoativos da América Latina, que será a custodiante e exchange das operações de compra e venda de criptos realizadas por meio do aplicativo Mercado Pago.

"Não há obrigação de ser assinante do Mercado Pago. Só de comprar e vender produto no Mercado Livre. Mas para retirar o valor da Mercado Coin em dinheiro ou comprar a Mercado Coin, terá de usar o Mercado Pago, explicou Yunes. O serviço começa com 500 mil assinantes e é, sim, mais um meio de pagamento disponibilizado para quem usa o marketplace.

"Hoje nós já temos 2 milhões usando bitoins parceiras no Mercado Livre, acreditamos muito na adesão", pontuou o vice-presidente. A Mercado Coin foi desenvolvida com base no protocolo ERC-20 da Ethereum, um padrão que monitora todas as transações para que sigam os protocolos de segurança necessários. Ela foi projetada para ser usada pela internet, e seu valor pode aumentar ou diminuir de acordo com a demanda.

Indagados pelo Convergência Digital sobra crise global de credibilidade para as bitcoins, muito em função dos graves problemas registrados nos Estados Unidos, Fernando Yunes foi taxativo. "As oscilações são uma realidade, mas o valor atual ainda é muito superior ao do início. Oscilações existem nas inovações. Estamos olhando para o longo prazo. Há um universo enorme nesse mercado de cripto e blockchain e temos de estar nesse ecossistema para crescer junto", sustentou. Yunes lembrou ainda que o projeto levou 18 meses para ser desenvolvido. "Pensamos muito em tudo e estamos fazendo de forma planejada. Começamos com a Mercado Coin como uma espécie de cashback(recompensa), mas temos ciência que ela terá vida própria mais à frente", explicou.

A falta de regulamentação pelo Banco Central não preocupa, uma vez que já há questões à mesa como a posição da Receita Federal e da própria Comissão de Valores Mobiliários (CVM), reforçou Priscilla Faro, diretora jurídica do Mercado Livre e do Mercado Pago. “A bitcoin já é reconhecido como um ativo intangível pelo BC. Isso traz segurança regulatória, lembrando que o Brasil já estabeleceu uma série de regras de compliance e de prevenção à lavagem de dinheiro e anticorrupção, cumpridas pelo Mercado Pago", completou.


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