Publicada em: 06/09/2022 às 07:22
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Redes comunitárias de Internet promovem inclusão digital no Brasil
Redação da Abranet

As redes comunitárias são alternativa para promover a inclusão digital em regiões de povos tradicionais e com pouca oferta de infraestrutura e serviços de Internet, e estão, em 83% dos casos presentes em localidades remotas e que apresentam maior vulnerabilidade, segundo apontou um levantamento inédito produzido pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) e pelo Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), por meio do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) e da Assessoria às Atividades do CGI.br. 

A pesquisa, lançada na última segunda-feira (5/9), mostrou que 40% das redes estão em quilombos ou territórios quilombolas, 33% em aldeias ou territórios indígenas e 23% em áreas ribeirinhas.  

O estudo "Redes comunitárias de Internet no Brasil: experiências de implantação e desafios para a inclusão digital" teve a coleta de dados coordenada pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), que também colaborou com a análise dos resultados. O objetivo foi detectar o estágio de desenvolvimento dessas redes, compreender os seus modos de operação e seus efeitos nos territórios em que atuam, bem como identificar barreiras e maneiras de fomentar a sua sustentabilidade.

Em nota, Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br|NIC.br, afirmou que as redes comunitárias de Internet têm um papel estratégico de promover conectividade em áreas desatendidas, e em comunidades mais vulnerabilizadas, além de estimular a apropriação da tecnologia por essas comunidades. Por isso, ressaltou, é muito importante entender quem são, como e onde atuam.

Segundo o estudo, os principais beneficiários das redes comunitárias são os moradores de entornos urbanos (58%). As redes também mencionaram visitantes daquelas áreas, associações (43%), além de outras instituições como escolas e igrejas (35%) e comerciantes locais (25%). O perfil dos gestores dessas redes reflete a diversidade da comunidade, sendo 55% deles pretos ou pardos e 20% indígenas — proporção superior à média da população nacional. Já em relação à escolaridade, 40% deles têm ensino superior e 33%, pós-graduação.

Em 45% das redes comunitárias, os beneficiários participam das decisões sobre seu funcionamento, e em 35% delas as principais questões são decididas por um conselho ou grupo deliberativo.


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