A Anatel não tem de limitar o número de participantes interessados em gerenciar os sistemas AFC, que vão fazer o gerenciamento de espectro na faixa de 6GHz, dedicada ao Wi-Fi 6E para mitigar possíveis interferências, especialmente, de satélites de banda C e enlaces de rádio, afirmou o presidente da Abranet, Eduardo Neger, ao participar do Wi-Fi Now 2023, realizado esta semana, no Rio de Janeiro.

Neger informou ainda que a Abranet não vai se candidatar a ser um AFC por entender que há vários associados interessados em participar do modelo de gestão e não há razão de competir com o setor privado. "Vamos apoiar todas as iniciativas privadas por entendermos que há oportunidades de negócios. Não queremos que a gestão fique restrita às operadoras de telecomunicações e esperamos que a Anatel permita a competição entre os AFCs, mas garantir a qualidade do serviço ao cidadão", sustentou.

O executivo disse ainda que os operadores de AFC não devem atender apenas aos prestadores de serviços de telecomunicações, sejam eles as teles ou empresas de Internet, mas também usuários finais em suas redes privativas e serviços limitados privados. "A essência do wi-fi e do espectro não licenciado está na diversidade de atores e aplicações. Entendemos que a diversidade traz dinamismo e inovação ao ecossistema", pontuou Neger.

Mas o presidente da Abranet faz um alerta: ser um sistema AFC, significa funcionar 24 horas, sete dias da semana. "Quem se interessar tem de entender que há toda uma infraestrutura necessária e que se tem um custo", detalha. Com relação à rede privada no Wi-Fi 6E, Neger lembra que ela é Internet. "O provedor leva a fibra e o cliente faz a sua rede interna. Rede privada não é um serviço prestado por um operador de telecom e gostaríamos que a Anatel fizesse uma melhor definição do que é indoor e outdoor para ficar tudo muito transparente", completa.