Publicada em: 27/09/2022 às 15:00
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Anatel vai discutir coordenação de frequência para Wi-Fi 6E outdoor
Luis Osvaldo Grossmann

A Anatel vai dar mais um passo em direção ao uso outdoor de espectro não licenciado na faixa de 6 GHz, como parte dos sistemas modernos de WiFi – notadamente Wi-Fi 6E e Wi-Fi 7. Uma tomada de subsídios será aberta pelo regulador para discutir com o mercado os parâmetros de funcionamento no Brasil da chamada ‘coordenação automática de frequência’, ou AFC na sigla em inglês. 

“Essa questão do 6 GHz é muito importante. Tomados a decisão de colocar os 1200 MHz e agora precisamos viabilizar o uso dessa faixa. É praticamente um canhão que os pequenos provedores têm à disposição e é importante que essa faixa seja efetivamente usada. Ela não é licenciada, qualquer um pode usar, exige apenas o uso de equipamentos certificados e nas condições estabelecidas pela Anatel. Já estamos com as condições definidas para uso indoor. E agora nosso desafio é viabilizar o uso outdoor”, afirmou o presidente da Anatel, Carlos Baigorri, ao abrir nesta terça, 27/9, o seminário Wi-fi 6: possibilidades de negócio e soluções tecnológicas. 

O debate, promovido pela agência, destacou o uso não licenciado da faixa de 6 GHz como alternativa aos provedores regionais de internet. “Assim como botamos grande quantidade de espectro licenciado para 5G no Brasil, também viabilizamos a faixa de 6 GHz para uso não licenciado, para que tenhamos o ambiente mais competitivo possível. Sabemos que nem todos os 19 mil provedores de internet no Brasil vão ter acesso à faixa do 5G. Mas com WiFi 6E, e WiFi 7 no futuro, poderão oferecer uma experiência de uso muito similar ao 5G”, disse Baigorri. 

Como explicou o assessor da Superintendência de Outorgas e Rercuros à Prestação, Sidney Azeredo, também durante o seminário, a agência vai,  “na primeira quinzena de outubro, publicar uma tomada de subsídios para questionar o mercado uma série de itens relativos ao uso de access point outdoor nessa faixa de frequência. E relativa também aos requisitos que esses produtos e sistemas precisam ter para convivência com sistemas licenciados na mesma faixa de frequência sem interferência prejudicial”. 

Segundo o superintendente Executivo da Anatel, Abraão Silva, “para que tenhamos uso do WiFi 6E outdoor, de forma correta, precisaremos de um coordenador, uma espécie de orquestrador, que permita alocação dos canais sem que haja interferência com os sistemas existentes. Existem sistemas de enlaces de micro-ondas, no caso do Brasil principalmente enlaces auxiliares de radiodifusão. Para que não haja interferência, precisa de coordenação do uso otimizado das frequências. E essa vai ser a discussão que vamos fazer”. 

Ele acredita que o mercado acabará por desenvolver diferentes agentes provedores dessa mencionada coordenação do uso da radiofrequência. “Vamos ter vários AFCs no Brasil. E os diferentes provedores de solução outdoor de WiFi vão se relacionar com mais de um desses provedores AFC para oferecer o  serviço ao usuários finais.”


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