Publicada em: 18/07/2022 às 18:23
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Vinte e cinco contas sofrem violação de dados por minuto no Brasil
Da Redação da Abranet

Um novo estudo da empresa de segurança cibernética Surfshark classifica o Brasil como o 4º país que mais sofreu violações de segurança cibernética ao longo do 2º trimestre de 2022, sendo o 1º na América do Sul. Apesar de regras como a Lei Geral de Proteção de Dados (Lei 13.709/18), as violações de dados continuam aumentando. Enquanto isso, a próxima eleição geral brasileira de 2022 em outubro pode resultar no ressurgimento de mensagens de spam de desinformação, conforme observado durante a eleição anterior de 2018. Com milhões de usuários de internet comprometidos este ano, o Brasil enfrenta sérias preocupações de segurança cibernética.

Os dados do Surfshark mostram que no segundo trimestre deste ano, 3,2 milhões de usuários brasileiros foram violados, um aumento de 771% em relação ao primeiro trimestre. Os três primeiros lugares no ranking global do trimestre são ocupados pela Rússia (28,8 milhões de usuários violados), Índia (4,4 milhões) e China (3,4 milhões), enquanto o Brasil ocupa o quarto lugar, superando os EUA (2,3 milhões) em quinto lugar.

Desde 2004, ano em que as violações de dados se espalharam, 15,1 bilhões de contas vazaram e impressionantes 244,4 milhões delas pertencem a usuários do Brasil. A situação é bastante preocupante em relação aos pontos de dados perdidos, considerando que a cada dez contas vazadas no Brasil, metade é roubada junto com uma senha.

“Em toda a América do Sul, uma pessoa comum foi afetada por violações de dados pelo menos uma vez. No entanto, no Brasil, essas estatísticas sobem ainda mais", diz a pesquisadora de dados da Surfshark, Agneska Sablovskaja. “A diferença pode ser devido aos hábitos online do usuário ou práticas de coleta de dados por vários serviços ou aplicativos. O alto número de contas afetadas mostra que há mais a ser feito em relação à proteção de dados online. “

Durante as últimas eleições gerais de 2018 no Brasil, vários relatos aponta para um grande número de grupos de WhatsApp compartilhando desinformação política. Esses grupos continuaram crescendo rapidamente porque os administradores podiam adicionar números aleatórios sem o consentimento da pessoa. Desde então, o WhatsApp reduziu o número de vezes que uma mensagem pode ser encaminhada, limitando as possibilidades de tais campanhas de desinformação no futuro. No entanto, o spam pode se espalhar por várias plataformas de mídia social e tende a se intensificar durante datas ou eventos específicos do ano.
 
O número de violações globais está aumentando novamente, e a tendência no Brasil não é exceção. No segundo trimestre de 2022, as taxas de violação são 2% mais altas globalmente, com 459 contas vazando a cada minuto, em comparação com 450 no primeiro trimestre de 2021. No Brasil, a taxa de violação aumentou de cerca de 3 para 25 contas violadas por minuto em comparação com o último trimestre.
 
As instituições governamentais do Brasil continuam sofrendo grandes violações e vazamentos de dados. Em novembro de 2020, as informações pessoais e de saúde de mais de 16 milhões de pacientes brasileiros com COVID-19 vazaram online. Menos de uma semana depois, outro grande incidente de segurança surgiu, expondo dados ainda mais confidenciais de indivíduos, incluindo vivos e falecidos. Apenas um ano depois, em dezembro de 2021, o ministério sofreu dois ataques de ransomware que limparam os dados de vacinação da COVID-19 de todo o banco de dados do governo.
 
Seguindo os passos do GDPR da UE, o Brasil aprovou a Lei Geral de Proteção de Dados (LGDP) em 2018 para proteger o tratamento de dados pessoais, que entrou em vigor em fevereiro de 2020. No entanto, a LGDP não especifica o período de tempo em que uma violação de dados deve ser relatada e também impor multas mais baixas por violar as leis de dados do que o GDPR.


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