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Sem filtros para mitigar o 3,5GHz, grupo da Anatel pede para atrasar 5G por 60 dias
Por: Admin - 11/05/2022

O cronograma da implantação do 5G no Brasil foi modificado por falta de equipamentos. Nesta quarta, 11/5, o grupo com Anatel, governo, emissoras de TV e operadoras móveis que coordena o processo aprovou a prorrogação, por 60 dias, do prazo para instalação do serviço em todas as capitais do país, fixado em 31 de julho. Como resultado, nem todas as capitais do país terão 5G na data prevista. 

“A EAF nos informou ontem que há escassez de filtros para as estações satelitais terrenas, FSS, e portanto não vamos ter todos os filtros necessários para implantar as capitais em tempo hábil. Para evitar derrubar sinais de televisão recebidos pelas emissoras, por bancos, por governos pelo Brasil afora, decidimos, por unanimidade, dilatar o prazo por 60 dias”, explicou o presidente do Grupo de Acompanhamento da Implantação das Soluções para os Problemas de Interferência na faixa de 3.625 a 3.700 MHz – ou simplesmente Gaispi – Moisés Moreira. 

Portanto, “algumas capitais podem não ser ligadas em 31 de julho. À medida que a EAF possa ter segurança em liberar as cidades, vai fazendo. Todos aprovaram o novo prazo porque as emissoras não querem sofrer interferência, e as operadoras móveis não devem ser penalizadas por um prazo que elas não poderão cumprir”, emendou Moreira. 

A principal radiofrequência do 5G é a faixa que se convencionou chamar de 3,5 GHz, mas no caso do Brasil corresponde ao naco entre 3.300 MHz a 3.700 MHz. Essa fatia desde sempre foi motivo de preocupação – a Anatel tentou leiloá-la diferentes vezes nos últimos 20 anos – porque envolve um pedaço da Banda C estendida (3.625 a 3.700 MHz), usada para recepções de sinais de TV via satélite. 

O leilão do 5G já previu medidas de mitigação de interferência – entre elas, a distribuição de filtros para os serviços fixos via satélite (FSS, no jargão do setor). Acontece que, como explicou o conselheiro da Anatel e presidente do Gaispi, a EAF, que é o braço operacional dessa mitigação de interferências, não vai conseguir ter todos os filtros necessários dentro do cronograma do edital. 

Esse cronograma previa que a partir de 30 de junho a faixa de 3,5 GHz seria liberada para as operadoras, de forma ao serviço estar disponível um mês depois. Mas não haverá filtros suficientes para garantir essa operação dentro do prazo. Segundo Moisés Moreira, ainda não se sabe quais cidades poderão ser acionadas no prazo, quais ficarão para o momento em que houver mais filtros.

O edital do 5G prevê que as operadoras que compraram as licenças de 3,5 GHz deveriam instalar uma estação radio base de celular para cada 100 mil habitantes nas capitais até 31 de julho de 2022. É essa meta que não poderá ser cumprida, porque a faixa de 3,5 GHz não estará disponível no prazo, como medida para evitar interferência onde não houver os filtros instalados nas parabólicas. 

A dilação no prazo por 60 dias ainda precisa ser referendada pelo Conselho Diretor da Anatel, mas significa que os prazos passam a ser 29/8 para a liberação da faixa e 29/9 para a oferta do serviço em todas as capitais. Como visto, algumas poderão ser acionadas antes. Resta saber quais. 

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