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Ser mais acessível é o desafio que se impõe aos serviços financeiros digitais
Por: Roberta Prescott - 30/03/2022

Pensar sobre o futuro do dinheiro implica refletir sobre Pix, CBDCs, blockchain e tantos outros arranjos que têm impacto direto no dia a dia de pessoas e empresas, no Brasil e globalmente. Também impactam no desenvolvimento, no acesso ao crédito e no financiamento de projetos.

Em webinar promovido pela Abranet e ITS, nesta terça-feira, 29/03, Drew Propson, líder de tecnologia e inovação do Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês), e Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central, debateram o futuro das finanças com a digitalização das moedas com mediação do Ronaldo Lemos, cientista-chefe do Instituto de Tecnologia e Sociedade.  

Ao fazer uma retrospectiva do sistema financeiro brasileiro, Gustavo Franco apontou que lidar com hiperinflação por duas décadas moldou o sistema financeiro e ensinou sobre defesa da inflação. "A partir da lei de 2001 e depois da lei de 2013, revolucionamos o sistema bancário com uma abertura difícil de encontrar neste planeta, com instituições de pagamentos (IPs) e instituições financeiras (IFs) competindo muitas vezes em pé de igualdade", disse. 

Mais recentemente, o Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI) uniu IPs e IFs, fazendo com que diálogos de depósitos à vista e contas de pagamentos fossem fluidos, com interoperabilidade. “A situação brasileira é uma das melhores do planeta em termos de tecnologia e aproximação”, apontou o ex-presidente do BC, que reconheceu que, com o engrandecimento das fintechs, as IFs passaram a reclamar de assimetrias regulatórias. 

Também fazendo um balanço do avanço no sistema financeiro, Drew Propson, do WEF, disse que graças à tecnologia foi possível avançar bastante para chegar a um sistema financeiro estável e inclusivo globalmente e que a tecnologia ajudou a aumentar acesso a serviços financeiros, levando à bancarização. “Ainda não chegamos aonde queremos chegar; temos ideia da direção que queremos”, assinalou, mostrando dados do Banco Mundial, de 2017, que calculam que há 1,7 bilhão de pessoas desbancarizadas no mundo.  

“Uma área que podemos ver mais avanços é nos pagamentos internacionais, com pagamentos digitais”, assinalou. Segundo ela, hoje, as remessas enviadas têm uma taxa na casa dos 6% por transação para os usuários. “A meta é chegar a 3%”, enfatizou. 

Houve avanço, mas o caminho a percorrer ainda é longo. Propson destacou o montante de investimentos e aportes que fintechs da América Latina recebem e o papel delas para promover uma maior inclusão financeira. Contudo, assinalou que, à medida que o sistema financeiro vai ficando mais conectado, é necessário equilibrar os benefícios que a tecnologia traz com os riscos. 

Nesta toada, a pandemia, como já se falou muito, trouxe uma aceleração digital, mas o grande desafio no planeta, ressaltou a executiva do WEF, é ter produtos e serviços de qualidade que sejam acessíveis. “Estamos esperando sair o próximo relatório do Banco Mundial para ver os números, mas a área que vemos a maior carência é na última milha. Muitos lugares que ainda não têm conexão à internet; é preciso trabalhar nesta infraestrutura”, destacou.  

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