Publicada em: 03/02/2023 às 07:12
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Práticas ESG ganham força e empresas de TI têm papel estratégico em 2023
Roberta Prescott

Práticas que sustentam os pilares de ESG — sigla em inglês que designa ações para meio ambiente, social e governança  — estão ganhando espaço nas áreas de tecnologia da informação e a TI tem, cada vez mais, papel estratégico. “Cloud está conectada ao tema de ESG. As empresas passarão a demandar mais informações dos provedores sobre o impacto da nuvem nas emissões de carbono, sejam diretas ou indiretas”, disse o  country manager da IDC Brasil, Luciano Ramos, durante apresentação do Predictions Brazil 2023, nesta quinta-feira, 02/02.

A preocupação vem a reboque do amadurecimento da adoção da computação em nuvem, que, por sua vez, fará com que as empresas busquem maior controle sobre o uso e os gastos com cloud. “Esperamos ver maior ênfase em otimização e redução dos custos da computação em nuvem por automação e também pelo amadurecimento pelas práticas de FinOps”, completou Ramos.

A IDC disse acreditar que, em nível global, já em 2024, cerca 80% das grandes empresas decidirão por um provedor baseado na sua capacidade de demonstrar impactos de ESG. No Brasil, 79% das grandes companhias já avaliam se o uso de uma tecnologia vai demandar mais ou menos recursos naturais, apontou Ramos. 

Com as áreas de negócios mais preocupadas em entender como a computação em nuvem pode contribuir para sua imagem e resultados em ESG, os provedores de cloud e serviços precisam estar preparados para esta nova realidade. A IDC divulgou que os gastos com infraestrutura em nuvem pública corresponderão a pouco mais da metade dos gastos com infraestrutura digital em 2023.  

Aplicações na nuvem 

Outro desdobramento da nuvem está nas aplicações de negócio que passam a ser ainda mais consumidas por meio da cloud. É um caminho para modernização. Aplicações de negócios providas no modelo software como serviço têm avançado rapidamente e, em 2023, a expectativa da IDC, é que 29% das empresas farão investimentos estratégicos nesta área. O desafio, ressaltou Luciano Ramos, é evitar que diferentes soluções consumidas a partir da computação em nuvem se transformem em silos com potencial de dificultar o compartilhamento e a integração de dados e aumentar os custos com conectividade. 

Por outro lado, apontou o country manager, os provedores de serviços gerenciados têm se tornado peça central na integração dessas soluções e na modernização de aplicações para habilitá-las para a nuvem. “As empresas têm optado cada vez mais em substituir aplicações para nuvem, integrando diferentes soluções de diferentes provedores. Vemos que aplicações evoluíram na velocidade de consumo e também evoluíram na visão estratégica das empresas”, explicou.

Até por isso, ele apontou que as áreas de negócios estão participando ainda e cada vez mais das decisões de TI, porque elas  dizem com clareza o que é necessário para cada solução de TI para atender às suas necessidades. 

Virtualização do core da rede 

Muito em linha com temas de cloud, avança a virtualização do core das redes de telecomunicações. Isso reflete também o contínuo movimento de dados entre pessoas, coisas, aplicações e processos, o que requer investimentos tecnológicos de longo prazo. “Talvez este tema ainda não tenha entrado com tanta ênfase nos últimos anos como deverá ocorrer agora em 2023”, disse Luciano Saboia, diretor para telecomunicações na IDC América Latina.

Segundo ele, as prestadoras de serviços de telecomunicações ganham ainda mais relevância para os provedores de nuvem e esse fortalecimento de laços contribuem para aprimorar a transformação digital. A IDC disse esperar que haja mais acordos, em 2023, entre empresas de telecomunicações e provedores de nuvem para o core e funções de rede virtualizadas. “Vai acontecer mudança significativa entre as telcos e os provedores de nuvem. O novo core 5G que foi projetado para ser cloud native e isso se intensifica quando pensamos no core das redes de telecomunicações”, avaliou Saboia. 

Dispositivos

A compra de dispositivos também têm de estar alinhada à agenda ESG das empresas. As companhias estão observando boas práticas dos fornecedores ligadas, por exemplo, a créditos de carbono, uso responsável de recursos, logística reversa e economia circular. De acordo com Reinaldo Sakis, diretor para dispositivos na IDC América Latina, mesmo se tornando cada vez mais comuns, tais práticas ainda geram uma percepção de diferenciação e isso tem levado companhias a preferirem fornecedores engajados com o tema ESG.  A IDC estima que 5% das vendas de devices para empresas B2B em 2023 no Brasil serão concretizadas por demonstrarem alinhamento com conceitos de ESG, um mercado que gira em torno dos US$ 250 milhões.  


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