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Pequenos prestadores reduzem a desigualdade digital no Brasil
Por: Roberta Prescott - 26/05/2020

O porcentual de domicílios cujo acesso à internet se dá por meio cabo ou fibra ótica alcançou 44% do total em 2019, frente a 39% em 2018, conforme mostrou a pesquisa TIC Domicílios 2019, lançada nesta terça-feira (26/5) pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), por meio do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br).

O aumento da penetração de cabo e fibra está relacionado à expansão das redes dos pequenos e médios provedores, conforme ressaltou Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br, durante a coletiva de imprensa online. “A mudança para cabo e fibra ótica se deve à expansão dos pequenos provedores, que estão crescendo as suas redes ou já nascem com a rede externa com fibra ótica. Os pequenos e médios provedores têm papel fundamental na melhoria da qualidade da internet”, disse, ressaltando que são os ISPs quem estão puxando investimentos em rede externa cabeada com fibra ótica e fazendo com que este tipo de conexão chegue a um maior número de domicílios. 

A pesquisa apontou que o Brasil tem 134 milhões de usuários de Internet, o que representa 74% da população com dez anos ou mais. Com relação a domicílios, 71% deles têm acesso à internet. A edição 2019 da pesquisa mostrou que, pela primeira vez mais da metade da população vivendo em áreas rurais declarou ser usuária de Internet chegando a 53%, proporção inferior à verificada nas áreas urbanas (77%). No recorte por classe socioeconômica, também houve avanço no porcentual de usuários das classes DE, que passou de 30% em 2015 para 57% em 2019. 

Apesar do aumento significativo nos últimos anos na proporção da população brasileira que usa a Internet, cerca de um quarto dos indivíduos (47 milhões de pessoas) seguem desconectados e 20 milhões de domicílios não tem acesso à internet. Houve avanço, mas vencer a desigualdade segue como um desafio ainda a ser vencido. São 35 milhões de pessoas em áreas urbanas (23%) desconectadas e 12 milhões em áreas rurais (47%). Entre a população da classe DE, há quase 26 milhões (43%) de não-usuários. 

Por outro lado, fechar este gap, levando internet a esse contingente de pessoas e lares pode ser uma oportunidade às empresas provedoras de conexão à internet.  Atualmente, o celular é o dispositivo mais usado para acessar à internet — 58% dos indivíduos acessam a Internet somente pelo celular, com a área rural (79%) e classes DE (85%) concentrando o uso exclusivo pelo dispositivo móvel. Além disse, observa-se uma redução da presença de computadores nos domicílios, o que implica, diretamente, na capacidade de produção de conteúdo e nas habilidades digitais.  

Outro desafio é a educação digital. Quando questionados, uma parcela dos respondentes afirmou não fazer uso da internet, mas 79% (e, portanto, um número superior que os que se declaram usuários de internet) disseram ser usuários de aplicações que necessitam de conexão à Internet. “A própria ideia do que é usar a internet está em discussão, porque há um porcentual de usuários que nem sequer reconhecem a internet. Afirmam que usam aplicativos de mensagens instantâneas, mas, quando são perguntados se usaram a internet, dizem que não”, explicou Fabio Senne, coordenador de projetos de pesquisa do Cetic.br. Justamente por isto, a entidade passou a divulgar o indicador ampliado. “Não basta vencer a barreira do acesso; as habilidades digitais e os aspectos demográficos importam muito para fazer melhor uso da internet”, completou Senne. 

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