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Parajo: ISPs passam por transformação e precisam se adequar aos novos tempos
Por: Roberta Prescott - 28/10/2022

“O trabalho de desbravador que foi feito pelos provedores de internet está chegando a um ponto de saturação e temos de olhar para quais as oportunidades que teremos, porque virou um rouba-monte, um conquistando o cliente do outro com algum diferencial e serviço. O que fazer com os investimentos que estão feitos, que estão pendurados ou enterrados? Acho que se precisa criar uma dinâmica de mercado um pouco diferente. Sei que as pessoas [donos de provedores] consideram a rede um filho, mas temos de olhar adiante, porque tem mercado para crescer, têm oportunidades”, ponderou Eduardo Parajo, vice-presidente da Abranet e conselheiro do  NIC.br, ao mediar painel sobre redes neutras durante o IX Fórum 16, realizado em São Paulo.

Parajo lembrou que o mercado de provedores de internet está passando por uma transformação e que, nesse processo, muitas empresas de internet foram compradas ou se juntaram. “De fato existe um excesso, uma sobra de ativos, de redes disponíveis que podem ser oportunidade para somar a estas empresas, para criar outras empresas ou até criar novo modelo de negócios”, acrescentou, ressaltando que a palavra final é  compartilhamento. “Não vão ter 1200 pontos para fixar fibra ótica no poste. Sabemos que muitas operações hoje correm risco. Teremos de olhar, cada vez mais, para a forma que este compartilhamento vai existir”, sinalizou.  

A exemplo do que ocorreu na infraestrutura móvel, o mercado de redes neutras vem experimentando um boom, principalmente, com a venda de ativos das prestadoras de serviços de telecomunicações e a criação de companhias especializadas em vender infraestrutura fixa. A preocupação de muitas empresas de internet é como fica a transparência e a concorrência em um cenário no qual companhias de redes neutras tem um cliente âncora ou incumbente.

A questão colocada é até que ponto vai a separação e se existe a influência do sócio. Para Parajo, o principal é como manter a rede neutra e também manter neutra a empresa que presta o serviço — a resposta, segundo ele, está nas cláusulas contratuais. Outos pontos levantados por Parajo foram a preservação da competitividade e da concorrência e como se dará a tributação. “É locação que não tem ICMS ou é serviço de telecom que tem ICMS?”, questionou o diretor da Abranet.  

Ao avaliar o modelo de negócios da rede neutra, Parajo ponderou que elas vão complementar a rede física que o provedor de internet tem. “Existe uma malha de infraestrutura, que não é das empresas de rede neutra, e que se precisa fazer algo com ela; é ativo que tem de ser remunerado”, destacou. 

Ele também defendeu que, dentro dos modelos de negócios de redes neutras, haja espaço para os provedores de internet buscarem a sua diferenciação. “A camada de IP, de backbone, a conexão com CDN, a forma como o provedor gera conteúdo é o que diferencia o provedor, têm os diferenciais sim em cada prestador de serviço, seja por latência, por rota escolhida; por isso, é importante deixar a porta dentro do lego que estão montando.” 

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