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Open banking promove competição, mas tem desafio de segurança dos dados
Por: Roberta Prescott - 01/07/2020

Com mediação de Eduardo Neger, presidente da Abranet, o debate virtual promovido pela Futurecom “Revolucionando os Serviços Financeiros através do Open Banking” destacou o fator inclusivo e inovador do modelo, principalmente com a incorporação de novos players, e levantou questionamentos acerca de segurança e proteção de dados. 

Open banking será tão transformacional quanto a internet foi e a diferença é que, diferentemente da década de 1990, hoje a velocidade é muito mais rápida”, apontou Leandro Vilain, diretor de políticas e negócios e operações da Febraban. Segundo ele, o setor dos bancos está pronto e capacitado para entrar nesta nova fase, mas há pontos de preocupação. 

“O cronograma é desafiador e o escopo da operação brasileira é abrangente”, enumerou, acrescentando ainda questões de tecnologia, segurança da informação, financiamento do projeto, sustentabilidade no longo prazo como temas que estão sendo debatidos com o Banco Central. “Os setores financeiro e bancário são o que mais querem ver isto dando certo, ninguém quer o fracasso”, assinalou. 

Para José Luis Rodrigues, conselheiro da ABFintech, não se trata de um movimento novo, mas que vem em uma esteira de inovação. “A grande competição, que estava na informação, e ela vai estar com seu dono, que é o cliente, que será empoderado para usar os dados para ter um atendimento melhor no sistema financeiro”, disse. 

Na mesma linha, Sergio Biagini, sócio-lider da indústria de financial services na Deloitte, destacou que open banking dá o direito ao consumidor, dentro da plataforma, de escolher agregar produtos, ao mesmo tempo em que possibilidade do surgimento de novos modelos de negócios e de novas cadeias de valor. “Não existe uma única estratégia; cada instituição tem de desenhar a sua. Open banking vai trazer nova realidade de mercado”, apontou.  

Para Tiago Aguiar, superintendente de novas plataformas (negócios digitais) na TecBan, open banking vai ser abertura da distribuição de produtos financeiros, fazendo-os chegar a pessoas que não têm acesso, por exemplo, a crédito. “O universo financeiro vai se expandir, com novos players entrando. Mas não podemos analisar open banking isoladamente; ele vem junto com blockchain, 5G e outras novas tecnologias”, disse. 

Ivo Mósca, superintendente do Itaú para open banking e pagamentos instantâneos, concordou que open banking proporciona uma amplitude de serviços enorme, mas ressaltou que ainda não há clareza ainda de um modelo vencedor. “No curto prazo, haverá uma derrubada na barreira dos dados e informação, como os dados cadastrais dos clientes que poderão ser transmitidos mais facilmente. Conhecer o cliente fica muito fácil”, explicou.  

A chave do sucesso para open banking, segundo os painelistas, passa pela colaboração entre as instituições, como fintechs e bancos. Outro consenso é que o cliente final não precisa saber exatamente o que é open banking, porque para ele será algo transparente. 

Com relação à segurança da informação, uma das principais preocupações dos atores do sistema, principalmente quando se fala em transmissão de dados, Mósca alertou que todos os casos de uso vêm de países com baixo índice de fraude e países de primeiro mundo. “A segurança não é apenas tecnológica; hoje, as fraudes no sistema financeiro vêm de engenharia social”, destacou. Mósca ressaltou ainda a necessidade de se educar o cliente para que não clique em links falsos e compartilhe seus dados de forma a favorecer as fraudes.    

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