Publicada em: 14/06/2022 às 15:22
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ISPs são fundamentais para levar fibra óptica a municípios com até 20 mil pessoas
Redação da Abranet

Em parceria do NIC.br com a Anatel e o Programa de Acesso Digital (DAP) da Embaixada Britânica no Brasil, foi publicado nesta terça, 14/6, o estudo “Fronteiras da inclusão digital: dinâmicas sociais e políticas públicas de acesso à Internet em pequenos municípios brasileiros”.

A partir de dados da pesquisa TIC Domicílios 2019, o estudo discute o menor percentual de usuários de Internet entre os indivíduos que vivem em municípios com até 10 mil habitantes (64%) e com até 20 mil habitantes (66%) do que o verificado entre aqueles que vivem em centros urbanos com mais de 100 mil habitantes (79%). 

Como lembra o Cetic.br, os municípios com até 20 mil habitantes representam dois terços de todos os municípios brasileiros (3.770). Ao todo, concentram 31,6 milhões de habitantes, o que corresponde a 14,8% da população brasileira, segundo o IBGE.

As barreiras mais comuns para o não acesso por indivíduos que vivem em municípios com até 20 mil habitantes referem-se às habilidades para o uso. Assim, 72% relataram falta de habilidade com o computador, seguido de falta de interesse (63%), falta de necessidade (56%), preocupações com segurança ou privacidade (46%), valor do serviço (43%) e para evitar contato com conteúdo perigoso (43%).

No caso dos domicílios, as barreiras mais comuns referem-se ao valor do serviço, citado por 62% dos domicílios sem conexão de Internet, seguido pelo fato de os moradores não saberem usar a rede (52%) e pela falta de interesse (51%). Quando analisado apenas o principal motivo para não ter Internet na residência, em aproximadamente um quarto dos domicílios sem conexão, o valor do serviço foi declarado como a principal barreira (28%).

Em relação à posse de dispositivos TIC, os dados indicam uma diminuição da presen- ça de computadores nos domicílios brasileiros a partir de 2015. No caso dos municípios com até 20 mil habitantes, somente 31% dos indivíduos usuários de Internet usam computador e 99% usam telefone celular, sendo que 69% usam exclusivamente o telefone celular e 71% usam Internet no telefone celular.

Nos domicílios dos municípios com até 10 mil habitantes, dos 63% com acesso à Internet, 36% acessam a rede por meio de conexão via cabo e TV ou fibra ótica, 10%, conexão via satélite e 9%, rádio. Ainda, 23% acessam por meio de conexão móvel via modem ou chip 3G ou 4G.

Além disso, os municípios com até 20 mil habitantes enfrentam desafios para expandir o uso de dispositivos apropriados. A maioria dos usuários acessa a Internet pelo telefone celular por meio de Wi-Fi (88%), e 69% usam 3G ou 4G.

Inclusão digital

Entre as evidências apresentadas pelo relatório, está a reduzida presença de departamentos de tecnologia da informação entre as prefeituras. Ainda que serviços públicos on-line tenham sido expandidos, a maioria das interações entre administração municipal e cidadãos tem sido de caráter informacional. Uma das principais constatações do documento foi a relativa ausência de políticas públicas locais voltadas ao enfrentamento das desigualdades no acesso e nos usos das tecnologias em pequenos municípios.

Sobre a atuação dos provedores nessas cidades, observou-se variação significativa entre as localidades investigadas quanto a aspectos organizacionais e administrativos. Segundo o estudo, o grau de profissionalização dos provedores impacta diretamente a qualidade dos serviços oferecidos e os níveis de conectividade dos municípios. “Na ausência de políticas mais institucionalizadas de inclusão digital, as capacidades das empresas provedoras fazem muita diferença no serviço que elas oferecem, e ajudam a explicar as diferenças de conectividade entre os municípios”, afirma Alexandre Barbosa, gerente do CETIC.br.

Para o diretor-presidente do NIC.br, Demi Getschko, espera-se que o estudo promova reflexões e suscite novos pontos para o debate sobre a conectividade no país, e que possa ajudar a subsidiar políticas públicas que busquem promover acesso mais equitativo e a ampliação e melhoria da conectividade em todo o território brasileiro. "Para isso, parcerias como esta, com a Anatel e a Embaixada Britânica, ajudam a diagnosticar o que já foi feito e o que precisa ser melhorado. São iniciativas relevantes".

O estudo “Fronteiras da inclusão digital: dinâmicas sociais e políticas públicas de acesso à Internet em pequenos municípios brasileiros” está disponível gratuitamente para download por meio do endereço: https://cetic.br/pt/publicacao/fronteiras-da-inclusao-digital/.


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