A transformação digital é tema que ganhou ainda maior atração por conta das mudanças provocadas pela pandemia de Covid-19. Mas o mantra de valorização da experiência do cliente, reforçado na disseminação das conexões por fibra óptica e pela chegada do 5G, precisa ser complementado pelo upgrade das conexões indoor, dentro de casa e dos escritórios. 

“O ano de 2020 foi super complicado para todos. Mas dois temas estão nas publicações, nos artigos. Todo mundo fala em transformação digital e experiência do cliente. Como levar as TICs para o centro. Isso exige que, assim como a fibra, assim como o 5G, o W-iFi 6E também entre na agenda da evangelização”, afirmou o gerente de Pesquisa da IDC América Latina, Reinaldo Sakis, durante o Wi-Fi 6E Brasil, realizado pelo WiFi NOW, com participação do portal Convergência Digital. 

Sakis reforçou que os benefícios práticos do Wi-Fi 6E só serão efetivamente sentidos a partir da atualização dos equipamentos, como os roteadores domésticos. “A absoluta maioria da base instalada de end points não tem capacidade de conexão Wi-Fi 6E”, resumiu.

“Em 2021, apenas 5,7% dos smartphones terão capacidade de se conectar. Entre os notebooks, somente 0,11%, pouquíssimos. E entre os tablets, 2,9%. Portanto, quando pensamos na base instalada, notamos que há ainda uma situação incipiente em relação a como vamos poder utilizar. Nas empresas, o investimento nessa atualização vai passar de 17% para 63% delas. Mas poucas residências estão adquirindo agora. Menos de 10% dos dispositivos já teriam capacidade de se conectar ao Wi-Fi 6E.”

Segundo ele, o mercado deve multiplicar o potencial da nova geração tecnológica para agilizar a troca do parque de equipamentos. “Precisamos combinar a informação que já temos e trabalhar com as empresas do mercado, para disseminar esses benefícios que nós estamos discutindo. Os provedores precisam ampliar a evangelização, a conscientização. Hoje todos falam em transformação digital, experiência dos consumidores, 5G. Mas poucas pessoas estão falando em melhorar a qualidade do Wi-Fi. Portanto, é necessário alinhar essa experiência, a alta capacidade outdoor, com 5G, com os dispositivos de conexão indoor.”

*Matéria originalmente publicada no Convergência Digital