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Em ano desafiador, prestadores de serviços mantêm internet estável
Por: Roberta Prescott - 21/12/2020

“A manutenção, a estabilidade e a capacidade de resiliência da internet brasileira foi fato de estabilidade não só para funcionamento de serviços essenciais, mas também para manter as pessoas em home office”, destacou  Paulo César Alvim, secretário de empreendedorismo e Inovação do MCTI, no Painel Panorama da Internet em 2020. Promovido, na semana passada, pelo Nic.br. O debate  abordou os desafios e as soluções encontradas pelas empresas de Internet para garantir estabilidade nas suas redes e as dificuldades de expansão.

Na mesma linha, Dorian Lacerda, CEO da Isat e diretor da Abranet, explicou que a infraestrutura da internet já estava pronta e disse que foi ela quem segurou as pontas. “Foi a infraestrutura existente que garantiu o funcionamento, porque ninguém teve tempo de ampliar”, disse. “Os provedores de internet fizeram a grande diferença na pandemia”, ressaltou, lembrando que foram os ISPs quem fizeram a internet chegar às regiões mais remotas e às escolas. “Quem é menor corre mais rápido e chega mais rapidamente às pontas.” 

Para Lacerda, ampliar o alcance da internet ainda continua necessário, assim como incluir digitalmente as pessoas. “Temos grande desafio de levar internet às pessoas, porque ela é tão importante como água”, disse, acrescentando que não basta entregar a conexão, mas é preciso também ampliar o acesso ao conhecimento. 

“O ano de 2020 foi ano desafiador, com explosão do acesso a partir do começo da pandemia, o que gerou um grande aprendizado para todos os provedores do Brasil e para a população como um todo”, disse Eduardo Parajo, vice-presidente da Abranet. 

Do lado das empresas de internet, os desafios focaram em planejamento de capacidade de rede, mudança nos picos de utilização, que, antes da pandemia, a ascendência de tráfego começava a partir das 18 horas, chegando ao pico às 22 h, e a ascendente se antecipou para 9 horas. “Isso atrapalha qualquer planejamento de capacidade, mas tanto as pequenas como as grandes prestadoras se adequaram e não faltou capacidade de se escoar todo o tráfego”, assinalou.

A partir daí, deu-se um processo de aprendizado na forma como se utiliza a internet, com uma rápida proliferação de eventos online, incremento nas plataformas de comunicação a distância, que evoluíram rapidamente. 

Efeito contrário

Já a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) viu seu tráfego esvaziar. Conforme relatou Eduardo Grizende o backbone teve redução de 60% do tráfego porque as organizações, os campi se esvaziaram. 

Durante o ano, a RPN implantou Pop redundante na cidade de São Paulo, ativou enlaces de 100 Gbps entre Bahia e Ceatá; Amapá e Pará e Amazonas e Amapá e ativou a rota digital acadêmica ligando Brasil, Estados Unidos e África do Sul a 100 Gbps Grizendi também apontou medidas de segurança que foram tomadas e ampliação do escopo de serviços e soluções. 

Lições aprendidas

Para Dorian Lacerda, em 2021, seremos muito melhores no digital que em 2020. “Muita coisa que fazemos hoje faremos diferente no futuro e outras nem sabemos se faremos; essa é a jornada da transformação digital”, pontuou. 

Manter a conectividade funcionando foi apontado por Parajo como a principal questão do ano. “O aprendizado que fica — e falo isso olhando o NIC e todo o seu trabalho — é que sempre temos de estar preparados para uma situação adversa; foram esse aprendizado e essa precaução que fizeram a gente superar este momento difícil”, disse.  

“Temos desafios para 2021. A pandemia não acabou. É um processo lento e vamos continuar nos apoiando na tecnologia para fazer este processo, vamos nos apoiar muito na tecnologia em 2021 e a forma como fazemos as coisas vai continuar mudando”, finalizou Parajo. 

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