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Com sobras da TV Digital, governo relança projeto de fibras ópticas na Amazônia
Por: Luís Osvaldo Grossmann* - 02/09/2020

Pouco mais de cinco anos depois de inaugurar o primeiro trecho de 7km, lá em julho de 2015, o programa Amazônia Conectada, agora rebatizado Norte Conectado, foi relançado nessa terça, 1º/9. Trata-se de um projeto tocado desde o final de 2014 pelo Exército e pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa, que avançou à medida que pingavam recursos. Agora, a perspectiva é de usar R$ 1 bilhão do saldo da migração da TV Digital. 

“No sul, no centro, por vezes não damos a devida importância par o que é quase nada, mas para outros é muito. Desta forma vamos integrando a Amazônia. Com recursos próprios e se um dia aceitarmos recursos de outros países serão daqueles que compartilham interesses nossos. Somente com entendimento dos Três Poderes, buscando recursos, meios, que podemos dizer que a Amazônia é verdadeiramente nossa”, afirmou o presidente Jair Bolsonaro durante a solenidade desta terça no Palácio do Planalto. 

O afago se deve ao fato de que, para o que o governo chama de primeiro trecho – da continuação – terem sido reunidos recursos do Executivo, mas também de emenda parlamentar e do Conselho Nacional de Justiça. Daí os presidentes do Congresso, Davi Alcolumbre, e do Supremo Tribunal Federal, José Dias Toffoli, terem participado. 

Segundo o Ministério das Comunicações, para os 650 km de fibras subfluviais a serem implantados entre Macapá-AP e Santarém-PA, passando por Alenquer e Almerim, ambas no Pará, houve aporte de R$ 25 milhões da pasta, R$ 7,7 milhões do CNJ, R$ 6,15 milhões de uma emenda do próprio Alcolumbre e R$ 3 milhões do Ministério da Educação. São R$ 41,8 milhões. Pouco mesmo para o trecho. Daí o Minicom ter sinalizado que “esses valores serão somados aos recursos pré-existentes para o projeto. 

Os recursos, como já antecipado por esta Convergência Digital, são as sobras do processo de digitalização das transmissões de TV no país, financiadas com recursos oriundos do leilão do 4G de 2014. A destinação do dinheiro foi sugestão do presidente da Anatel, Leonardo de Morais. 

“No leilão do 4G, em 2014, tivemos uma sobra de R$ 1,4 bilhão, que estamos conversando com a Anatel, com o presidente Leonardo Morais e os conselheiros, porque queremos com esse recurso fazer com que a gente possa levar internet para quem não tem. Esse projeto que começa em Macapá e pode ir até Tabatinga custa R$ 1 bilhão e vai beneficiar 9 milhões de pessoas. Se temos hoje 40 milhões de brasileiros sem internet, só esse projeto resolve 25% do problema no Brasil”, afirmou o ministro das Comunicações, Fábio Faria. 

O próprio Faria assim como o ministro de Ciência & Tecnologia, Marcos Pontes, reconhecerem no lançamento que se trata de de continuar o programa. É um projeto gigantesco que busca implantar cabos de fibras no leito dos rios amazônicos. O plano do Exército incluía cerca de 8 mil km de fibras em cinco trechos divididos pelos rios Solimões, Negro, Madeira, Purus e Juruá. O Ministério das Comunicações parece ter dividido cada um, porque agora fala em nove trechos. 

Segundo dados do Exército, do total previsto foram lançados cerca de 1,2 mil km de fibras. Parte de 690 km foi na rota do rio Solimões, no trecho que liga Manaus a Manacapuru  (118 km), Manacapuru a Coari (340 km) e Coari a Tefé (232 km). Outra parte lançada é no rio Negro, sendo 127 km já concluídos entre Manaus e Novo Airão, com outros 345 km em andamento para os trechos de Novo Airão à Vila de Moura (170 km) e desta última até Barcelos (mais 175 km). 

*reportagem publicada originalmente no Convergência Digital

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