Publicada em: 08/12/2020 às 19:05
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2020 mostrou importância das empresas de Internet; 2021 pede ir além da conectividade
Roberta Prescott

A pandemia trouxe aprendizados e desafios aos provedores de conectividade com lições a serem tiradas para 2021. Em painel realizado nesta terça-feira, 08/12, durante o Internet Festival, Eduardo Parajo, vice-presidente da Abranet, discutiu com representantes de dois distribuidores e parceiros da Abranet, a WDC e a L8 Group, o que esperar para o próximo ano e em que os provedores de internet devem estar atentos. 

“Em um primeiro momento, vi muitos associados bastante apreensivos, muitos imaginavam que poderia acontecer avalanche na inadimplência, mas, na verdade, mercado aqueceu bastante para provedores, principalmente, no acesso às residências”, destacou Parajo, que também é CEO na Durand Tavola, ao começar o painel. Segundo ele, os desafios para os provedores em 2020 passaram a ser suprir a demanda que aumentou drasticamente. 

Leandro Kuhn, CEO da L8 Group, também achou que a inadimplência seria um problema, mas ela não  aconteceu como se previu. “A internet se tornou tão essencial quanto energia elétrica e água, ninguém vive sem”, destacou. Ele contou que a pandemia pegou todos de surpresa e muitos provedores não estavam com a rede 100% estável. “Percebemos que, em 2020, os provedores estão indo forte no que tem de melhor no mercado para não ter de trocar de novo. Hoje, todo enlace é corporativo porque as pessoas foram trabalhar de casa”, ressaltou, acrescentando que as empresas de Internet estão investindo para melhorar a qualidade.  

Do lado da WDC, Daniela de Oliveira, gerente-comercial para telecom, observou que os provedores já vinham em um boom crescente. “Depois que passou o medo, houve a perspectiva de vender mais, abriu um caminho de oportunidade”, disse. Para ela, 2020 mostrou a importância dos provedores. “Foi um ano que podemos dizer que, em vendas, foi um sucesso e, para o provedor, que sempre buscou a visibilidade, foi mostrar a sua importância no mundo de telecom porque a rede móvel não daria conta. Se não fossem os provedores, ia ser um ano inteiro de ano novo", disse.

Se 2020 evidenciou para as pessoas a importância dos provedores de internet, o próximo ano requer planejamento focado em integração, segurança e ampliação de portfolio para além da conectividade. 

“A banda larga já é commodity. Percebemos que, cada vez mais, o provedor terá de agregar serviços à banda entregue. Não é fácil, são produtos e novos serviços que muitos usuários não vão conhecer. Um exemplo que cito é a diferença de banda e Wi-Fi, deixando claro para o cliente o que é cada um. Talvez esta seja a porta de entrada para entregar mais serviços, entregar mais roteadores com maior capacidade, automação residencial, câmera”, explicou Daniela Oliveira. O grande desafio para 2021, na visão dela, é expandir portfolio de serviços e produtos que provedores podem agregar.

Para Leandro Kuhn, o ano que vem requer atenção com a inflação. “O governo injetou no mercado mais de R$ 1 trilhão e a dívida vai bater os 100% do PIB, nível que nunca chegamos. Minha dúvida é como vai se comportar o preço do link do provedor neste cenário, porque os insumos aumentaram com a alta do dólar”, disse. Ele explicou que muitos líderes de provedores e pessoas de times comerciais não vivenciaram a época da hiperinflação. “A inflação é um desafio. Qual será a estratégia comercial dos provedores? Já estamos tendo inflação e tem gente dentro da L8, por exemplo, que não viveu a inflação. E tem provedor que não viveu a época da inflação também”, explicou. 

O segundo desafio na visão do CEO da L8 é a concorrência com as grandes operadoras. “O ISP sempre levou a vantagem de ser mais ágil”, disse, acrescentando que as saídas enxergadas são o modelo de franquia, formação de parcerias e as redes neutras. “Se falasse em rede neutra há dois anos, era um querendo matar o outro, mas ela é muito mais lógica em questão de investimentos”, justificou.  

O Internet Festival, evento totalmente online que acontece de acontece de 7 a 14 de dezembro. O festival, que também é patrocinado pela entidade, contará com seis palcos temáticos (Conectividade, Tecnologia, Transformação Digital, Pagamentos, Segurança e Cultura), três arenas (StartUps, Games e Influencers), dezenas de painéis, palestras, cursos, oficinas, mentorias e exposições, fechando com uma celebração dos 25 anos de Internet no Brasil. Para mais informações, bem como a programação e lista dos palestrantes, acesse: https://www.internetfestival.com.br/


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