ARTIGOS
99% das empresas não são digitais. Qual impacto com esta crise?
Por Victor Carreiro*
17/04/2020

Uma pesquisa da Harvard Business Review Analytics Services mostra que 68% das companhias líderes digitais tiveram melhorias na rentabilidade dos seus negócios e mais de 80% relataram que o maior risco associado à digitalização é não abraçar esta mudança. Tais números reafirmam a necessidade vital das empresas em olharem para a inovação e a transformação digital de forma estratégica. E o Coronavírus veio para mostrar essa necessidade.

Tivemos uma prova com a exigência do isolamento que inovação e transformação digital ainda são dois conceitos bem distantes na realidade diária das empresas, em especial nas organizações brasileiras. E o impacto da crise, nessas, certamente será maior. Para se ter uma ideia, um levantamento realizado pela operação americana da consultoria Protiviti com mais de 1.500 pessoas, sendo 30% composto por C-Levels dos mais diferentes segmentos, mostra que menos de 1% das companhias analisadas foram classificadas como líderes digitais em seus segmentos.

Em relação às outras 99%, conclui-se que são empresas que não olham para as possibilidades existentes da economia disruptiva e têm, mesmo que de forma involuntária, uma certa dificuldade de romper com modelos mais tradicionais. Se não reagirem, essas organizações ficarão fadadas ao ostracismo, sem forte associação da marca com inovação e sem entregar uma experiência diferenciada ao cliente, que mudou seus hábitos com a quarentena. Mais do que nunca, é preciso ter planos de negócios digitais aprofundados a curto ou médio prazo.

Com base neste cenário, é possível projetar a atual situação de inovação e transformação digital das corporações brasileiras, considerando que, segundo divulgações da IDC Corporate, em 2019, foram investidos U$ 1,2 trilhão em inovação e 50% desse investimento foi realizado pelos Estados Unidos ou China. Claramente este investimento resulta desde a classificação do País no Índice Global de Inovação, no qual o Brasil está em 66°, e até mesmo o nível digital das empresas.

Dentre as possíveis explicações em torno destes dados é que a transformação digital ainda causa medo dentro da economia mundial tradicionalista, principalmente as brasileiras. Há movimentos, mas são tímidos, resumidos apenas em entrega de serviços e de produtos. Só! E o Coronavírus vai forçar o movimento de adoção da Transformação Digital que há tempos estava apenas nos planos das empresas. Há muito mais a explorar, visando principalmente agilidade e vantagem competitiva. No Brasil, apenas 4% das empresas possuem comportamento digital, de acordo com dados da Exec e Panorama Researc, e o impacto, nessas organizações, será maior agora.

Apesar dos dados serem assustadores, principalmente sob a perspectiva brasileira, esse é um momento oportuno para as empresas se tornaram digitais ou para aquelas que já se encontram em estágio mais avançado virarem líderes digitais. Obviamente, existem obstáculos para a transformação digital, tais como: mudança cultural, desenvolvimento de novos modelos de negócios, melhoria na experiência do cliente, entre outras, porém o primeiro passo é realizar um diagnóstico de transformação digital para atuar de forma mais assertiva, obtendo os melhores resultados. É hora da teoria virar prática!

*Victor Carreiro é líder de Transformação Digital na ICTS Protiviti, empresa especializada em soluções para gestão de riscos, compliance, auditoria interna, investigação, proteção e privacidade de dados, única empresa de consultoria reconhecida como Empresa Pró-Ética por quatro vezes seguidas.

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